sábado, 10 de setembro de 2011

A saga de São Mateus 1


O ano era 1994...

Luciano e Érison haviam se conhecido em um curso profissionalizante, e a amizade foi selada quando descobriram o amor mútuo pelo rock n’ roll. Em uma época em que todos só queriam saber de “batidões” e “danças da bundinha”, se considerava um verdadeiro milagre dois jovens na casa dos dezessete anos gostarem de ouvir bandas de heavy metal da década de 80.

Por sorte, Érison morava em um bairro onde já havia um grupo de amigos que se reuniam em busca de “points” para “curtir som”, e ao ouvir o novo amigo dizer que só “curtia” em casa tratou de convidá-lo para ir a um clube que se dedicava a satisfazer os desejos dessa tribo que aparentava estar quase extinta. Nada no mundo poderia explicar a expressão de satisfação que se instalou na face de Luciano ao entrar no clube. As novas Amizades, Cliver, Eduardo Marcelo, Daniel, Tricolor, Diogo, Flávio e Roy e o ambiente totalmente novo, causaram uma enchente de emoções, e assim ele sentiu que não estava mais sozinho. Era um mundo novo, e cada coisa que acontecia era detalhadamente narrada para seus pais com tanta alegria que eles chegavam a esperar acordados por ele para ouvir as estórias.  E assim começou a “Saga de São Mateus”...

Deste dia em diante os fins de semana de Luciano eram dedicados aos novos amigos. Pode assim conhecer bandas novas, aprendeu a tocar violão, e conheceu também dois artistas que seriam fonte de inspiração futura (mas isso é outra estória!), começou a escrever o que um dos amigos classificou como “textos poéticos”, e diziam que ele era bom nisso. Mas isso também é outra estória...

Então vieram as festas. Sempre realizadas na casa do Flávio com muito rock ‘n roll, muita bebida, e pouquíssimas meninas. Como em qualquer outra festa (ele descobriria isso depois), havia sempre alguém exagerando. A festa rolou, e se formou então uma roda de discussão sobre rock. As coisas de sempre, quem era o melhor baixista, qual seria a formação da banda perfeita e etc.

A certa altura da madruga Eduardo levantou a questão:

- Galera... cadê o Roy? (um dos que sempre ficava chapado)

-Pô Dudu. ele disse que ia tirar a água do joelho...

-Caramba Daniel, mas já tem um tempão.


E então partiu Dudu em busca do companheiro perdido (kkk)! Atrás da casa onde eram feitas as festas havia um terreno baldio com um corrimão velho, que os homens usavam para urinar, pois assim o banheiro da casa ficava liberado para as mulheres, chegando lá Eduardo se deparou com uma cena que o paralisou... Roy estava desacordado debruçado no corrimão e com a bermuda arriada até os tornozelos... Dudu desatou a correr de volta pra festa, chegou no meio do salão, colocou as mão na cabeça e gritou com toda força que podia:

- Galeraaa Fuuuuuudeuuuuu Comeram o Roy....



Homenagem humilde à tribo de Saõ Mateus e aos inspiradores artisticos José Cleverlandes e Eduardo "Pará" Gomes".
Muito obrigado!
 Muita nostalgia...


Um comentário:

  1. Juro que não fui eu! Nem estive nessa festa!
    Caram, qunatas aventguras, heim? Lembro de quando o conheci e vc tocou Reticências no seu violão> Fiquei de bobeira!
    Fico feliz por ser citado com tanta admiração e isto é recíproco, amigo. Estou ansioso pra ver o que mais vem por aí! Haja histórias nesta saga! Luz e força!!

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