quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ANINHA E O TIGRÃO

Aninha era uma mulher linda, trabalhava em um bom emprego, era independente, e como toda mulher de vinte e poucos anos, gostava muito de se divertir com os amigos, homens  quase que totalmente. Costumava dizer que havia muita falsidade e/ou inveja entre as mulheres, e descobriu, que se deixasse claro para aqueles homens do seu ciclo de amizades que nunca haveria nada entre ela e qualquer um deles, ela seria tratada como igual, seria apenas alguém para dividir a cerveja e a conta no final da noite. Além do mais, as poucas amizades que fizera com mulheres, por melhores que fossem se perderam no tempo, pois todas elas já haviam se casado, algumas tinham filhos, e ela não gostava de “segurar vela”, ou daqueles encontros armados em que as amigas achavam sempre que haviam encontrado a pessoa certa para ela.
Defendia a bandeira do sexo casual, "porque não transar sempre que tivesse vontade, e não necessariamente com a mesma pessoa!", e por saber que a maioria dos homens não pensava assim, se tornou uma caçadora... Adorava a sensação de escolher alguém na noite e exercitar a arte da sedução. Fosse em um barzinho, ou em uma balada, seria sempre ela que escolheria a paquera, tanto que foram pouquíssimos os felizardos que obtiveram sucesso ao tomar a iniciativa.
Nessa noite em particular estavam aninha e seus amigos, alguns com as namoradas, em um barzinho do centro da cidade. O “happy hour” do centro era o melhor, várias pessoas estressadas devido há uma semana inteira de aborrecimentos, bebendo cerveja e jogando conversa fora, o ambiente perfeito para encontrar alguém interessante, e então Aninha o viu... Alto, moreno, atlético "porte de pegador", cabelo com estilo de militar “hum, marrento... do jeito que eu gosto!”, iniciou o jogo olhando na direção do rapaz, que imediatamente correspondeu. Não demorou muito para estarem conversando alegremente, e entre uma cerveja e outra, veio o convite para saírem dali. Ela aceitou sem pensar duas vezes “Que cara de quem faz gostoso!”, se despediu dos amigos e foram embora... O escolhido havia perguntado se poderiam ir para o apartamento dele, e ela havia concordado “mora sozinho, pode ser algo mais que uma noite!”. Aninha estranhava seus pensamentos, nunca havia se sentido assim no primeiro encontro, mas aquele homem parecia diferente, a conversa era gostosa e ele tinha um misto de maturidade e inocência que a confundia. Chegaram ao apartamento e foram logo se pegando, por iniciativa dela é lógico “Tenho que saber logo se ele é bom de cama!”, e a coisa foi pegando fogo rápido demais. Sentia-se estranha... A cada toque sentia seu corpo tremer, estava muito excitada “Ai meu Deus! Que homem...” então ele a colocou de costas na cama, apoiou seu  corpo sobre o dela e murmurou em seu ouvido:
        - Gostosa... Pega o tigrão...
Ela não entendeu...
        - O que?
        - Pega o tigrão, ali... na mesinha de cabeceira...
Aninha estava entorpecida pela excitação do momento, mas mesmo assim, esticou o braço na tentativa de alcançar o que quer que fosse aquilo que ele chamava de tigrão, e quando conseguiu descobriu que o tigrão era um consolo de trinta centímetros... Ficou atônita, pôde sentir que o escolhido não era tão avantajado quanto imaginara, mas aquilo não era necessário, pensou que podia ser algum complexo e estava tão afim daquele cara que decidiu tentar tranqüilizá-lo com relação a aquilo que ele talvez julgasse ser um problema...
        - Querido... Eu não preciso disso, tenho certeza de que você irá me satisfazer. O que vale, é o que pode fazer com todo o seu corpo...
Então, sem interromper as carícias que fazia em seu pescoço o escolhido sussurrou em seu ouvido...
        - E quem disse que o tigrão é pra você???

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

LAR DOCE LAR

Havia sido um dia exaustivo no trabalho... Tudo o que parecia ter sido resolvido no dia anterior, misteriosamente voltou a apresentar problemas, literalmente um dia perdido. Ele sabia o que isso significava: Reuniões e mais reuniões, e um falatório interminável de um chefe que entendia menos do que ele do trabalho... Poucas coisas o aborreciam tanto quanto essa situação, receber ordens de alguém que era menos qualificado realmente estraçalhava o seu ego “é só uma fase e preciso trabalhar, tenho família...”.
Agora, retornando para o lar, usava o trajeto para refletir sobre a vida, não podia se dar ao luxo de uma reflexão profunda com deveria ser, pois poderia causar um acidente de trânsito, mas encarava esse período como uma prévia dos assuntos sobre os quais iria refletir no aconchego do seu lar. Não possuía casa própria e havia perdido as contas de quantas vezes já havia se mudado, porém, independente de qual fosse a casa, ele sempre estabelecia uma relação de cumplicidade com o imóvel. Sentia-se bem quando chegava, quando se sentava no sofá e ligava a TV, todas as atribulações cessavam, e era ali que ele recuperava o fôlego para encarar o dia seguinte.
Alguns sinais fechados e muitos engarrafamentos depois havia chego ao seu lar. Fechou o carro, cumprimentou os vizinhos que todos os dias se sentavam em suas calçadas na esperança de que se ocorresse algum fato inusitado para que, por menor que fosse, pudessem ser os primeiros a espalhar a noticia. Chegou à varanda retirou o sapato, entrou em sua sala de estar e se sentou no sofá “Ah! Finalmente...” foi então que surgiu sua esposa. Costumava brincar com ela, dizendo que era muito chata, mas ela sempre respeitava seu espaço, e fazia de tudo para agradá-lo.
         - Oi filho! Tudo bem?
A pergunta sempre era mesma, sempre seguida de um beijo...
         - Tudo...
Ele sempre era reticente, era o sinal de que não queria conversar, e ela costumava entender, até porque, ele não entendia como era possível, que duas pessoas se falassem o dia inteiro por telefone, pela internet, e ainda sobrasse algum assunto para discutir quando se encontrassem no fim do dia... Mas esse era um dia diferente...
         - Filho... Sabe a Lucia?
         - Que Lucia?
         - Aquela minha amiga que eu te falei. A que engravidou do namorado...
         - Que tem ela?
         - Você não vai acreditar...
E então ela começou a fazer uma verdadeira dissertação sobre o assunto, voltando a sua adolescência com a amiga (por que voltar 10 anos no tempo, para falar sobre alguma coisa que aconteceu hoje?), e foi falando e falando.
         -... E então eu disse que ele não podia fazer isso com ela...
Ele olhando fixo para a TV...
         -... Mas ela me escuta? Não, claro que não...
A cabeça balançava em sentido afirmativo, mas ele não ouvia..
         -...então eu disse que eu não ia falar mais nada, e sabe o que ela me respondeu...
Então ele simplesmente se levantou foi em direção ao banheiro e se trancou lá. Tomou o seu merecido banho, e quando saiu estava mais aliviado. Sua esposa parecia ter percebido o que fizera, tanto que estava com os olhos marejados quando ele saiu do banho.Ele já estava com um leve sorriso no rosto, sabia que nesse curto período do banho, haveria tempo o bastante para que a esposa percebesse que vacilou... E ele já tinha a trama pronta para a sacanagem...
         - Filho... Desculpa... Falei sem parar não é?
         - Tudo bem. – Ele respondera sem olhar para ela.
         - É que eu só tenho você para conversar.
         - Eu sei... Tudo bem.
         - Você vai me amar até eu ficar velha e chata?
Era a deixa, olhou para ela com um sorriso nos lábios.
         - Vou sim... Mas só preciso esperar você fica velha não é?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

ADAMASTOR

Adamastor gostava de se gabar de ser um tremendo conquistador, e, quando estava trabalhando fora da sua cidade é que o bicho pegava, tinha a fama de insistir até ouvir um "sim",  ele nunca desistia... Então, em um dia como outro qualquer, eis que no escritório da empresa surge uma funcionária nova... Quando a viu balançou, era de estatura baixa, Cabelos pretos, pernas grossas e aparentava ser uma mulher decidida... Imediatamente buscou saber as informações básicas da nova “colega”, para começar suas investidas. Soube que a nova funcionária era do Rio Grande do Sul, se chamava Lindalva, era parente da chefe do RH e havia se divorciado há pouco tempo... Chegou a salivar, era bom demais pra ser verdade “deve estar carente, presa fácil!”, e assim começou... Todos os dias ele dizia alguma besteira para a menina, mas não surtia efeito, lhe deu bombons, bichinhos de pelúcia, uma plantinha para enfeitar a mesa do escritório e sempre que perguntava “Qual é a boa?” ouvia um sonoro “Ir para casa dormir!”.
Adamastor não conseguia entender, tentou sondar para descobrir se ela estava interessada em outra pessoa, porém nada descobriu. Nenhuma de suas táticas havia funcionado, e como ele já havia espalhado em todo o escritório que ela seria a próxima, os amigos já estavam fazendo piada sobre ele...
Então decidiu usar a jogada decisiva “Confronto direto! É agora ou nunca véi!”, se aproximou de Lindalva com um sorriso malicioso e disparou:
       - E aê mano... belê?
       - Tudo, e você?
       - Trank... se liga só... vâmo tomar um chopps hoje?
       - Não tomo choop!
       - Um vinho então?
       - Num tomo vinho também!
       - Nóis toma um refri pode ser?
       - Odeio refrigerante...
       - Pô mina você não toma nada?
Ela sorriu certa de que ele havia entendido a mensagem... Então ele se encostou na parede, para ficar na altura do ombro de Lindalva, e levantando as sobrancelhas disse com aquele tom de voz de conquistador barato:
       - Ô amorrrr... Então vamos tomar um banho?????

CUMPLICIDADE

  Era noite, estava em casa com sua esposa, se preparava para assistir a um filme que contava uma dessas estórias de vingança que dão, na maioria das vezes, ótimos filmes de ação. Esse era realmente interessante, tanto que sua esposa decidiu assisti-lo com ele ao invés de ficar tricotando na internet com as amigas... Sabe como é mulher, sempre tem alguma coisa para falar sobre a vida de alguém. Sugeriu que poderiam comer algum aperitivo enquanto assistiam ao filme (essa era a senha para “me faça algo para comer”!), ela concordou e foi para a cozinha. O filme acabou se revelando realmente muito bom, e agora era chegada a hora de cerveja e da troca de idéias. Orgulhava-se, a ponto de falar com os amigos, de ter uma esposa divertida, que sabia conversar sobre vários assuntos, e que, quando não sabia, questionava e se mostrava interessada em ouvi-lo. Mesmo que fosse uma tática para satisfazer seu ego masculino, ele adorava, se sentia especial, e essas conversas regadas a cerveja e muita intimidade já haviam gerado boas noites. Haviam confidenciado experiências sexuais e de vida, decepções, alegrias, e no fim das contas aquele momento de descontração servia para se conhecerem um pouco mais, era como se fossem velhos amigos, com o beneficio da certeza de terem uma noite de sexo depois. A certa altura da noite foi questionado sobre como era o ambiente nessas “casas de massagem”, as famosas “termas”, ou “inferninhos”, cada um chama de um jeito, e explicou que eram ambientes pesados regados ao odor forte de suor e cigarro, e que todas as mulheres que ali estavam somente queriam dinheiro, e que faziam de tudo para consegui-lo, parou, pensou “estou precisando ir num puteiro”, o problema é que ele pensou em voz alta, tipo, quando percebeu já havia falado, e viu a expressão daquela pessoa amigável que estava ao seu lado se encher de uma fúria incontrolável.
       -Como assim você está precisando?
       -Calma, eu me expressei mal...
       -Então explica!
Estava desolado, ele que nunca havia solicitado os serviços dessas “meninas de utilidade pública” agora deveria explicar por que estava com vontade de ir a um “antro de perdição” (algumas pessoas chamavam assim, e ele achava engraçado), resolveu ser sincero, devia isso a ela, e talvez assim conseguisse ter de volta a garantia de um bom sexo depois daquela conversa.
       -Olha amor, apesar de ser difícil de acreditar, eu nunca paguei por uma mulher...
       -Você está me chamando de idiota????
       -Me deixa terminar..
       -Ta bom, vai, termina!
       -Então, como eu estava dizendo, eu vou para aliviar o estresse, é muito bom beber uma cerveja e ver as meninas peladinhas andando pra lá e pra cá, me servindo, perguntando se está tudo bem, é só isso!
Ela não disse nada, olhou nos olhos dele e se levantou caminhando em direção à cozinha. Ficou preocupado. Como conhecia um pouco as mulheres, sabia que era infinitamente melhor o falatório do que o silêncio. Estava com a cabeça baixa, imerso em seus pensamentos, se preparando para o inferno que seria a noite, e tentando imaginar o que essa conversa renderia, quando percebeu o copo cheio de cerveja sendo colocado à mesa, levantou os olhos e viu com espanto que ela estava nua...
       -E agora marido? Falta mais alguma coisa em casa???
Ele sorriu





quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

MEYRIELEN

Ah ! Como ele adorava um inferninho...
Estava longe de casa há quase 6 meses e o estresse da distancia de casa adicionado aos problemas do trabalho, de alguma forma, eram esquecidos sempre que ele punha os pés porta adentro daquele inferninho. Adotou o costume de chamar garota de programa de “prima”, pensava que os outros termos eram muito depreciativos, e não faziam jus ao serviço importantíssimo que aquelas mulheres prestavam à sociedade... Assim que chegou, fora muito bem recebido, já era conhecido das meninas, pois toda semana estava lá, só ou com alguns amigos, ele sempre estava lá... Tomou o assento de sua preferência e pediu o de sempre, a sua tão esperada cerveja super gelada! Tão logo o primeiro gole passou pela garganta se transformou. O rosto fechado deu lugar a um sorriso faceiro e os olhos começaram a circular o recinto em busca de sua presa... Então ele a viu, morena, baixinha, quadris largos, cabelos compridos, havia um brilho na pele como aquele, que as passistas do carnaval sempre apresentam “a tia que lava a minha roupa vai reclamar novamente”, pediu a uma das veteranas que falasse sobre a menina...
       - Essa aí é novata chegou na “casa” essa semana!
Delineou o contorno do corpo com os olhos, era perfeita “um dinheiro bem gasto!!!” pensou... Chamou a novata para conversar. Perguntou seu nome...
- Meyrielen! – Foi a resposta.
Ofereceu uma bebida e ela recusou (podem imaginar uma prima que não bebe???), permaneceu apreciando o corpo escultural, e não se sabe o porquê, começou uma conversa informal...
O tempo foi passando e aquela “prima” em particular não falava nada sobre o programa, a cerveja começou a fazer efeito, e quando percebeu já eram quase 5 da manhã, o inferninho quase fechando, pegou nas mãos da menina com o olhar penetrante e disse:
       - Você merece coisa melhor, eu vou tirar você dessa vida... Vamos embora comigo...
Ela retribuiu o olhar, e não disse nada, apenas se levantou e subiu as escadas que davam acesso aos quartos... Ele permaneceu onde estava desde que chegara ao local, tentou se lembrar quantas cervejas havia bebido, mas estava entorpecido, e fazer cálculos a essa altura era impossível. Baixou a cabeça piscou os olhos (sabe aquela piscada de 30 minutos???) e sentiu um afago suave na cabeça, era ela, com uma bolsa enorme no ombro, foi ajudado a levantar e se encaminharam para o hotel onde estava hospedado. Entrou no quarto, tomou um banho e foi trabalhar, deixando a menina no quarto...
Quando chegou ao trabalho, foi questionado pelos amigos pela “prima” se era boa mesmo ou se era só fachada... Putz! Foi aí que a ficha caiu “cacete... tem uma prima no meu quarto, sozinha com todas as minhas coisas”, entrou em parafuso, bebeu um café amargo e tentou fazer uma retrospectiva da noite, então se lembrou da frase “eu vou tirar você desse vida”, FU...  DEU, tô ferrado, e agora o que eu faço, o que eu faço? Procurou seu chefe, explicou a situação e foi liberado para voltar ao hotel. Passou todo o trajeto , do trabalho até o hotel, tentando descobrir o que dizer para se livrar daquela situação. Ao chegar encontrou Meyrielen sentada na cama, e foi recebido com um “precisamos conversar” que arrepiou até o fundo da alma... “claro... eu também quero conversar com você, me deixa  tomar um banho primeiro”, foi a maneira que encontrou de ganhar mais tempo, pois o do trajeto não foi suficiente... não adiantou, nenhuma idéia, saiu do banheiro e sentou ao lado da menina que estava com um sorriso perturbador nos lábios, ela segurou sua mão e disparou:
       - Você foi um amor... Conversamos quase que a noite toda e você nem mesmo insinuou que queria me levar pra cama... Há muito tempo, eu não me sinto mulher como eu me senti essa noite, e eu sei que isso tem um significado para você...
À medida que ela ia falando, ele ficava mais e mais nervoso “cacete, e agora?”. Ela continuou...
       - Eu agradeço muito que tenha me tirado de lá. Não é qualquer homem que faz isso por uma mulher...  Eu preciso te pedir um favor e gostaria que me prometesse que fará...
A cabeça rodando, só pensava em como iria explicar para a família...
       - Po-pode pedir...
Ela abaixou a cabeça, olhando para o chão...
       - Sei que pode te magoar mas...  (pausa perturbadora!) Eu gostaria que você me levasse até a rodoviária, vou voltar para a casa dos meus pais...
A visão quase escureceu, o alivio era tão grande, que ele não saberia explicar a sensação. Então ele segurou forte a mão da menina, ajoelhou-se em frente a ela e com os olhos marejados perguntou:
       - Você quer que eu compre a passagem???

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A PRIMEIRA VEZ

Toinho...
Assim que era chamado, ele não gostava, mas, na infância quando não se gosta de um apelido é que ele pega... Era o dia do seu aniversário de 16 anos... Seu pai trabalhava em uma empresa na qual precisava viajar muito, no final do último ano havia sido transferido para o interior de Santa Catarina e com o inicio do ano letivo, mesmo tendo que viajar novamente, preferiu deixar os filhos e a esposa na cidade, então por períodos de quatro ou cinco meses ficavam sós, Toinho sua mãe e seu irmão mais novo em casa.
Conheceu Giovanna na escola, uma menina doce e meiga, falou o que pode inventar para conquistá-la, e conseguiu...  Demorou muito para que Toinho conseguisse persuadir Giovanna a fazer umas sacanagens (todo mundo sabe que homem tem sacanagem na cabeça desde que nasce), mas dobrou a menina e os amassos estavam cada vez mais quentes, conseqüentemente a vontade de levar Giovanna para a cama aumentava...
Agora tinha achado a solução por ser uma cidade do interior nem todos possuíam telefone, portanto sua mãe teria que ir à casa de uma conhecida cujo marido trabalhava na mesma empresa do marido para receber o telefonema que deveria informar se estava tudo bem e quando provavelmente voltaria... Tinha tudo planejado, era perfeito, o pai viajando, o irmão estudando em outra cidade e a mãe iria dormir fora, a idéia veio como estalo “vou comer a Giovanna!”... Já haviam marcado de se encontrar no ginásio da cidade, quando se encontraram ela disse o que toda mulher diria.
       - Não posso, tenho medo!
E ele disse o que qualquer homem diria.
       - Mas é meu aniversário, e eu quero você de presente!
O argumento foi valido e Giovanna concordou. Quando chegaram à casa de Toinho a noite já havia caído, ele não perdeu tempo, já foi agarrando a menina ali mesmo na varanda, e quando ouviu os gemidinhos dela sabia que era a hora.
       - Vamos entrar minha linda?
 Ela só fez que sim com a cabeça, estava tremula, ela já com a calça aberta, nem acreditava que iria perder sua virgindade. Faziam quase silencio absoluto, a vizinhança era muito fofoqueira, Toinho abriu a porta com uma só mão “caramba, nem sei como eu fiz isso”, entraram na sala com a mão naquilo e aquilo na mão, e quase ficaram cegos quando a luz se acendeu e uma multidão gritou:
       - FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!!

CHAT

Estava animado com a novidade, tinha acabado de contratar um serviço de bate- papo via mensagem de texto, o chamado “sms”, e estava ansioso para saber se o investimento valeria à pena... Sempre se orgulhou de ser ótimo com as palavras, freqüentemente deixava as pessoas sem fala, qualquer menina ficava sem palavras em meio à enxurrada de argumentos que despejava para convencer as mulheres a lhe dar uma oportunidade, restando apenas dar a ele aquele “sim” que ele tanto queria. Quando questionado como desenvolveu a sua “arte” dizia que, se não chamava a atenção pelo porte físico, tinha que compensar em outra área. Estava abaixo da média de altura, e dizia que sempre perdia oportunidades com as mulheres por não ter o efeito da “primeira impressão”, aquela coisa que a mulher olha para o homem e já faz cara de “me pega e me arrebenta!”.
Adotou o apelido de “Logan” e foi adicionado por gatinhafogosaZO, papo vai papo vem, descobriu que ela morava em Santa Cruz, zona oeste do Rio de janeiro, porém, estava noiva “se está noiva porque está em um bate-papo para solteiros?”,
“só para conversar...” o sorriso de canto de boca surgiu na hora, começou a usar sua “arte”, usou o que tinha de melhor em termos cantada e antes pudesse perceber, tinha um encontro marcado na estação de Paciência (a menina é noiva, não pode ser perto de casa), combinaram de trocar fotos pelo celular, quando viu a foto da menina ficou desconfiado, “se essa for mesmo ela, tirei a sorte grande”, perguntou se ela havia gostado da foto, mas ela respondeu que havia trincado o visor do celular e não conseguia ver fotos, apenas texto (???), então informou a cor da camisa que estaria vestindo.
Tomou seu banho com sabonete líquido de erva doce e pegou a sua arma, um vidro de perfume fahrenheit “ elas não resistem”, saiu, pegou o primeiro ônibus dos dois que era preciso para chegar ao local. Estava esperando a quase meia hora, mas ele é que tinha chegado cedo, olhou para a esquerda e a viu caminhando em sua direção:
       - Oi amor!
- Você é o Logan???
Ela era exatamente como na foto...
       - Isso... Ao seu dispor...
       - Ah colega, desculpa, mas você não é nada do que eu estava imaginando...
 Ficou sem ação, começou a pensar o mais rápido que podia para reverter a situação, as sinapses quase entrando em curto...
       - Tudo bem... Mas... Vamos pelo menos beber alguma coisa, conversar um pouco?
       - Garoto, eu sou noiva, não posso ficar por aí com outro homem...
A medida que ela falava, ia ficando mais e mais desinteressante. Então ele fez a jogada suicida, era tudo ou nada...
       - Então vamos conversar no motel, assim ninguém nos verá juntos!
Ela não demorou nem 5 segundos para aceitar a proposta. Entraram no motel e ele foi tomar um banho, só para tirar o suor, estava muito quente, quando saiu do banheiro se deparou com ela assistindo um filme pornográfico... Não pensou duas vezes, foi pra cima dela como um leão faminto, deu o seu melhor, usou posições que havia visto em um espetáculo do cirque du soleil, quando acabou, ela mal conseguiu se levantar para ir ao banheiro, quando voltou ele repetiu a dose... A hora avançou e ela disse com expressão de completa satisfação, que precisava ir, mas que havia adorado a tarde.
Saíram do motel e se despediriam na porta...
       - Amor... Quando vamos nos ver novamente?
Ele a fitou bem nos olhos e respondeu:
       - ah colega, desculpa, mas você não é nada daquilo que eu estava pensando!

5º Dia útil

A fila do banco estava gigantesca... Não havia nada mais desconfortável do que perder aquele precioso tempo parado, esperando ser chamado, para pagar pelo conforto que não podia usufruir por que estava ali parado esperando ser chamado... Fiz na minha mente os cálculos do que poderia estar fazendo com esses quase 40 minutos que já haviam se passado, havia uma fase no novo jogo do Xbox que era dificílima... É eu sei muitos se perguntam “vídeo game nessa idade?”  nós homens adquirimos responsabilidade mas nunca deixamos de gostar de brinquedos, sabe aquele seu vizinho que todo fim de semana passa horas lavando e dando brilho no carro? Pois é, aquele é o brinquedo dele, e cada um tem o seu...
Observei as pessoas... Algumas imersas em seus próprios pensamentos, outras fazendo contas, os mais jovens estavam sempre usando o celular, para falar ou para jogar algum joguinho sem graça desses que tem nos telefones hoje em dia, alguns tinham a sorte ou o azar de encontrar alguém conhecido e iniciar uma conversa quase que sempre sobre a vida dos outros... E as crianças... Criança na agência bancaria não pára nunca, corre, tropeça, cai, e eles sempre descobrem como é divertido correr e escorregar no piso, e a mãe quase sempre tenta não chamar a atenção agarrando a criança pelo braço e fazendo alguma ameaça que nós, que estamos afastados, só entendemos como grunhidos, sem perceber que a atenção já estava nela desde que a criança começou a correr...
Olhei para o lado externo da agencia procurando algo para me distrair e contei exatos 10 minutos que um homem de meia idade demorou no “caixa rápido”, aliás, eu não entendo como não mudaram o nome dessas máquinas se a maioria das pessoas ainda não entendeu o conceito, olhou para a fila e percebeu que se o último precisar esperar por 10 minutos por cada um que está na sua frente iria sair a tempo de assistir o corujão (nem sei se ainda existe isso).
Os meus pensamentos foram interrompidos pelo sinal sonoro indicando que mais uma pessoa estava prestes a se libertar daquele martírio, olhei o número no painel eletrônico, em seguida conferi mais uma vez o meu numero, suspirei olhei para o teto como em busca de algum consolo fechei os olhos e senti a vibração do celular (acho ridículo as pessoas que deixam o toque do telefone no último volume) era minha esposa:
       - Oi amor...
       - Filho, como é que está aí?
       - Muito cheio...
       - Acha que vai demorar???
       - Fique tranqüila, eu estou aqui a mais de 1 hora, mas olhando o número que está agora e o meu, acho que dá para sair antes da copa de 2014...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O que é sexo ????

“Como está calor”
Era o que ela pensava enquanto cortava e temperava os bifes para o jantar. A rotina diária era quase sempre a mesma... Acordar, preparar o café do neto que mora com ela, acordá-lo para ir à escola, tomar um gole de café, acordá-lo novamente, “hum igualzinho ao pai” pensava ela enquanto sacudia a perna do menino. Passada a “luta” para que o menino levantasse e vestisse o uniforme, servir o café e levá-lo à escola.
Era então chegada a hora de preparar o almoço do menino e fazer com que a casa ficasse em ordem, buscá-lo na escola (com o sol de meio dia minando suas forças ) fazer com que tomasse banho sem muitas reclamações, servir o almoço... Feito.
Agora estava preparando a janta, seu filho não tinha o costume de almoçar no trabalho, pois dizia que a comida lhe fazia mal, então, como boa mãe, preparava sempre algo especial para o jantar, pois muitas vezes o filho chegava tão cansado que o máximo que tinha forças para fazer era dar um pouco de atenção à família... Estava ali agora em meio ao calor da cozinha, com o pensamento longe, sabendo que o neto estava agora assistindo algum desenho desses que só as crianças entendem, usava uma toalha dessas pequenas para conter a transpiração que insistia em se manifestar, quando de repente o neto se aproxima:
       - Vovó... O que é sexo?
Ficou atônita instantaneamente, ”porque o pai dele nunca está em casa nessas horas?” de imediato recorreu com a mente a todas as revistas, jornais e programas de televisão que pudera para tentar achar uma resposta, tinha uma quantidade de informações considerável, lia muito, assistia documentários, mas ficou sem saber como responder a uma criança de sete anos o que era sexo... Pensou, pensou e nada, e ele ali com aquela carinha de esperançoso, pois a avó e o pai eram as pessoas mais inteligentes que ele conhecia, quem melhor para tirar essa dúvida? Temia não saber usar as palavras corretamente e causar mais duvidas a respeito do assunto. Tentou ganhar tempo:
       - Mas como você ouviu essa palavra?
       - Falou agora na TV!
Ficou mais preocupada...
       - Sexo masculino e sexo feminino – completou.
A sensação de alivio percorreu todo seu corpo, já imaginava a expressão do filho quando lhe contasse o acontecido, essa situação renderia boas risadas aos dois e seu devaneio somente foi interrompido com outra pergunta da criança:
       - Vovó... Porque você está rindo????