Todos estavam reunidos para celebrar o aniversário da Gil...
Ela só podia pensar que era maravilhoso todas aquelas pessoas estarem ali reunidas pelo fato dela estar comemorando mais um ano de vida, e adorava a idéia de ter tantos amigos, mas uma coisa a preocupava: O seu pai...
Seu Edberto era matuto, e não costumava prestar atenção as coisas, sua mãe havia lhe contado de várias vezes que estava conversando sobre um assunto e subitamente seu pai lhe fazia uma pergunta completamente alheia ao que estava sendo discutido , e o pior , ás vezes mesmo sem ter a intenção, falava alguma coisa , em frente aos seus amigos que a envergonhava. Gil às vezes sentia-se mal pelo fato de ficar embaraçada com as pérolas de seu pai, mas era adolescente, fazer o quê?
Um dos amigos verificou a cerveja, outro acendeu o fogo da churrasqueira e uma das amigas mais assanhadinhas colocou o funk para tocar no aparelho de som... Foi o ponto inicial.
A festa rolava na casa de uma das amigas do cursinho, e a família de Gil ainda não havia chegado. Estava um tanto quanto tensa, pois iria apresentar o namorado novo aos pais e ao irmão mais velho, decidiu que seria assim, pois, por mais grosseiro que fosse o pai, Gil sabia que sua mãe não o deixaria fazer um escândalo em uma casa que não fosse a sua.
Avistou o carro do pai dobrar a esquina, correu na direção do afeto:
- Amor... Eles estão chegando. Vai lá abrir o portão.
Ele fez que sim com a cabeça, e saiu na direção do portão com um sorriso nos lábios que poderia derreter o coração de qualquer garota apaixonada pelo FIUK... Gil tinha certeza que ele era a pessoa certa, em seus dezessete anos nunca havia sentido nada igual, ele era perfeito, tão inteligente, tão culto, tão educado, exatamente o contrário do pai.
Debruçou-se na sacada da varanda para observar o encontro, pedindo aos céus para que seu pai não dissesse nenhuma besteira.
O carro parou e desceram seus pais e seus irmãos, atravessaram a rua e foram recebidos por um jovem sorridente:
-Boa tarde!
- Boa tarde... É aqui a festa da Gil? Perguntou seu Edberto com um ar desconfiado.
- É sim, podem entrar.
A mãe e o irmão entraram, e o rapaz interrompeu seu Edberto.
- Senhor, posso lhe falar um instante?
- Humpf... pode sim...
- Eu me chamo Leonardo e gostaria de lhe dizer que gosto muito da sua filha, eh... na verdade ... estamos namorando...e eu gostaria muito da sua aprovação.
Edberto estava parado olhando para o rapaz fazendo como se estivesse farejando algo no ar (Gil chegou a fechar os olhos), olhou para o rapaz e disparou:
-O rapaz, me diz uma coisa...
-Sim senhor...
- Faz uma coisa pra mim?
- Sim senhor, o que o senhor quiser...
Ele colocou a mão direita para trás...
-Já que você quer ser da família, vai lá no porta-luvas e pega a minha dentadura, porque ninguém me avisou que era churrasco, e eu não vim preparado...
Entenda isso como um sinal de aprovação... Bem-vindo à família!!
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