quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ANINHA E O TIGRÃO

Aninha era uma mulher linda, trabalhava em um bom emprego, era independente, e como toda mulher de vinte e poucos anos, gostava muito de se divertir com os amigos, homens  quase que totalmente. Costumava dizer que havia muita falsidade e/ou inveja entre as mulheres, e descobriu, que se deixasse claro para aqueles homens do seu ciclo de amizades que nunca haveria nada entre ela e qualquer um deles, ela seria tratada como igual, seria apenas alguém para dividir a cerveja e a conta no final da noite. Além do mais, as poucas amizades que fizera com mulheres, por melhores que fossem se perderam no tempo, pois todas elas já haviam se casado, algumas tinham filhos, e ela não gostava de “segurar vela”, ou daqueles encontros armados em que as amigas achavam sempre que haviam encontrado a pessoa certa para ela.
Defendia a bandeira do sexo casual, "porque não transar sempre que tivesse vontade, e não necessariamente com a mesma pessoa!", e por saber que a maioria dos homens não pensava assim, se tornou uma caçadora... Adorava a sensação de escolher alguém na noite e exercitar a arte da sedução. Fosse em um barzinho, ou em uma balada, seria sempre ela que escolheria a paquera, tanto que foram pouquíssimos os felizardos que obtiveram sucesso ao tomar a iniciativa.
Nessa noite em particular estavam aninha e seus amigos, alguns com as namoradas, em um barzinho do centro da cidade. O “happy hour” do centro era o melhor, várias pessoas estressadas devido há uma semana inteira de aborrecimentos, bebendo cerveja e jogando conversa fora, o ambiente perfeito para encontrar alguém interessante, e então Aninha o viu... Alto, moreno, atlético "porte de pegador", cabelo com estilo de militar “hum, marrento... do jeito que eu gosto!”, iniciou o jogo olhando na direção do rapaz, que imediatamente correspondeu. Não demorou muito para estarem conversando alegremente, e entre uma cerveja e outra, veio o convite para saírem dali. Ela aceitou sem pensar duas vezes “Que cara de quem faz gostoso!”, se despediu dos amigos e foram embora... O escolhido havia perguntado se poderiam ir para o apartamento dele, e ela havia concordado “mora sozinho, pode ser algo mais que uma noite!”. Aninha estranhava seus pensamentos, nunca havia se sentido assim no primeiro encontro, mas aquele homem parecia diferente, a conversa era gostosa e ele tinha um misto de maturidade e inocência que a confundia. Chegaram ao apartamento e foram logo se pegando, por iniciativa dela é lógico “Tenho que saber logo se ele é bom de cama!”, e a coisa foi pegando fogo rápido demais. Sentia-se estranha... A cada toque sentia seu corpo tremer, estava muito excitada “Ai meu Deus! Que homem...” então ele a colocou de costas na cama, apoiou seu  corpo sobre o dela e murmurou em seu ouvido:
        - Gostosa... Pega o tigrão...
Ela não entendeu...
        - O que?
        - Pega o tigrão, ali... na mesinha de cabeceira...
Aninha estava entorpecida pela excitação do momento, mas mesmo assim, esticou o braço na tentativa de alcançar o que quer que fosse aquilo que ele chamava de tigrão, e quando conseguiu descobriu que o tigrão era um consolo de trinta centímetros... Ficou atônita, pôde sentir que o escolhido não era tão avantajado quanto imaginara, mas aquilo não era necessário, pensou que podia ser algum complexo e estava tão afim daquele cara que decidiu tentar tranqüilizá-lo com relação a aquilo que ele talvez julgasse ser um problema...
        - Querido... Eu não preciso disso, tenho certeza de que você irá me satisfazer. O que vale, é o que pode fazer com todo o seu corpo...
Então, sem interromper as carícias que fazia em seu pescoço o escolhido sussurrou em seu ouvido...
        - E quem disse que o tigrão é pra você???

2 comentários:

  1. Hilário, fabuloso, brilhante! Você sabe atiçar o leitor até a última frase e surpreender! Sobre a história... Isso que dá julgar um livro pela capa! Escreva mais, amigo! Abração!

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